Vereadores de Oposição Pedem Suspensão de Contrato de Publicidade de R$ 1,6 Milhão em Bandeirantes

Em Bandeirantes, a oposição ao prefeito interino Marcelo Abdo se fortaleceu após a divulgação do aditivo de R$ 550 mil ao contrato de publicidade, elevando o valor total para R$ 1,6 milhão. Os vereadores Gelson, Dr. Cabeça, Zulene e Mário do 18 Horas manifestaram, em nota, sua indignação com o aumento do contrato, considerando o momento de dificuldades financeiras e sociais enfrentadas pela cidade.

"SEM REMÉDIOS, SEM REFORMA DE ESCOLAS, SEM O TÉRMINO DO HOSPITAL, VAI FAZER PUBLICIDADE DO QUÊ?", destacaram os vereadores, questionando a prioridade dada à publicidade em detrimento de questões básicas da saúde, educação e infraestrutura, como a falta de medicamentos, a necessidade de reformas em escolas e a conclusão do hospital municipal. Eles ressaltaram que as verbas públicas deveriam ser voltadas para áreas essenciais para a população, ao invés de se concentrar em gastos com publicidade.

Nota de Esclarecimento da Prefeitura

Em resposta, a Prefeitura de Bandeirantes emitiu uma nota de esclarecimento justificando a renovação do contrato com a empresa Vértice Publicidade para o ano de 2025. De acordo com a gestão municipal, a renovação é uma exigência do Tribunal de Contas, que recomenda a contratação de empresas especializadas para municípios sem setor próprio de comunicação. A administração informou que o pagamento à empresa será realizado apenas pelos serviços efetivamente prestados, como a produção de materiais publicitários (folders, banners e faixas), e não pelo valor total do contrato.

A Prefeitura também ressaltou que, em 18 dias de gestão, já foram quitados quase R$ 4 milhões em dívidas da administração anterior, incluindo folha de pagamento e transporte escolar, reafirmando seu compromisso com a transparência e a regularização de contratos essenciais, como os de médicos, e a licitação de medicamentos. Além disso, a gestão de Marcelo Abdo destacou que está trabalhando para sanar os problemas que foram herdados, como a frota de veículos de saúde, e que novos investimentos em infraestrutura e saúde serão feitos nos próximos meses.

Reações de Vereadores e da População

Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal, Jair Pereira, junto com os vereadores Maísa Souza, Cristiane Myasato, Diego Gauber e Valdir Peres, também se posicionaram contra o aditivo de R$ 550 mil, destacando a necessidade de uma gestão pública mais transparente e responsável no uso dos recursos municipais. Eles consideram que, em tempos de crise, é fundamental que as autoridades priorizem as demandas sociais mais urgentes, como saúde, educação e segurança, em vez de alocar grandes quantias para ações publicitárias.

Em reunião agendada com o prefeito interino, o grupo pretende discutir o tema de forma aprofundada, buscando alternativas que atendam tanto às necessidades da administração municipal quanto às reais necessidades da população.

Os vereadores Gelson, Mário, Dr. Cabeça e Zulene, além de manifestarem publicamente seu descontentamento, já anunciaram que vão solicitar ao prefeito o cancelamento imediato do aditivo. Eles também vão encaminhar o caso ao Ministério Público para investigar a legalidade da renovação do contrato e dos valores envolvidos. "A Lei de Acesso à Informação garante a transparência. O que queremos é que os recursos sejam direcionados às verdadeiras necessidades da população, como saúde e educação", afirmaram os parlamentares.

Aposentadoria de Obras e Necessidades da População

O tema gerou grande repercussão entre a população de Bandeirantes, que nas redes sociais e em manifestações públicas reclamou da falta de ações em áreas essenciais. Moradores mencionaram as longas esperas por atendimento médico, as escolas deterioradas e a falta de conclusão do hospital municipal, enfatizando que a prioridade deveria ser a resolução dessas questões antes de gastar milhões em publicidade. "O que menos precisamos agora é de mais propaganda, precisamos de soluções concretas para os problemas reais da cidade", destacou um morador em um comentário.

A situação promete ser um dos temas centrais na próxima sessão da Câmara Municipal, marcada para segunda-feira (22), onde vereadores, gestores e a população devem se posicionar sobre o futuro do contrato de publicidade e os próximos passos da administração municipal.

Pressão Popular por Respostas

Além das reações dos vereadores, a pressão popular tem sido crescente. Em um movimento organizado por líderes comunitários, moradores de diversos bairros da cidade pedem uma audiência pública para discutir os rumos do município e a aplicação dos recursos públicos. "Queremos saber como o prefeito vai resolver questões de saúde, educação e segurança, antes de gastar esse dinheiro com publicidade", afirmou um dos organizadores do movimento.

Com os ânimos acirrados, o cenário em Bandeirantes parece estar se preparando para uma verdadeira batalha política, com promessas de protestos nas ruas e intensificação do debate sobre a transparência e o uso responsável do dinheiro público. O destino do aditivo de publicidade pode ser apenas o começo de uma série de questionamentos e discussões sobre a gestão municipal.